A metodologia tradicional para análise de regiões metiladas envolve o tratamento do DNA com bissulfito, que promove a conversão de todas as citosinas não metiladas em uracilas. A identificação das citosinas metiladas e não metiladas nos sítios CpG pode então ser realizada por PCR Metilação-Específica, ou, mais frequentemente, por sequenciamento. O nível de metilação das regiões genômicas de interesse também pode ser determinado por análise de fragmentos ou através da construção de uma curva de dissociação (HRM).
O methylSEQr™ Bisulfite Conversion Kit é uma excelente opção para conversão do DNA por bissulfito.
Existem outras abordagens que podem ser utilizadas, como por exemplo a seleção de regiões metiladas através do uso de kits capazes de capturar essas regiões, como por exemplo o MethylMiner™ Methylated DNA Enrichment Kit. As regiões capturadas podem, posteriormente, ser analisadas de diversas maneiras, incluindo sequenciamento e análise de fragmentos.
O desenho dos primes para a análise de metilação é um dos passos mais críticos da metodologia, tanto quando se pretende analisar a metilação pelos métodos tradicionais, como a PCR Metilação-Específica, como por sequenciamento e análise de fragmentos.
Para a análise de metilação por sequenciamento ou análise de fragmentos os primers para amplificação precisam ser posicionados em regiões flanqueadoras do segmento que se pretende avaliar e não é recomendado que contenham sítios CpG. Além disso, também é recomendado que os primers contenham o maior número possível de Cs (fora dos sítios CpG), para que amplifiquem especificamente o DNA convertido por bissulfito.
O software Methyl Primer Express é uma ferramenta gratuita e bastante útil para projeção e avaliação dos primers para estudos de metilação. Faça o download para seu computador.
Para saber mais sobre os estudos de metilação em diferentes organismos acesse o banco de dados: http://www.methdb.de/
(MethDB - the database for DNA methylation and environmental epigenetic effects)
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Veja a seguir alguns problemas que podem ocorrer na análise de metilação por sequenciamento
1. Picos alargados
Fragmentos com conversão parcial das citosinas migram de forma desigual e promovem distorções nos picos. Otimizar a conversão por bissulfito pode ajudar a resolver este problema.
2. Conversão parcial do DNA
A conversão parcial por bissulfito pode levar a ocorrência de picos sobrepostos ao longo de toda sequência.
3. Picos duplos no inicio da sequência
Esse perfil deve-se a formação de dimeros de primer e sua amplificação durante a PCR. A utilização de polimerases com sistema "hot start" pode diminuir esse problema. Caso contrário, redesenhe seus primers.
4. Picos específicos sob bases específicas
Quando sequências tratadas com bissulfito são analisadas usando o ABI basecaller, o software pode supercalibrar para a ausência de picos de citosina.
5. Picos duplos após sequência repetitiva
Regiões repetitivas promovem instabilidades durante a amplificação devido a dificuldade da polimerase em sintetizar através dessas regiões. No eletroferograma observam-se picos sobrepostos após a região repetitiva.
Você ja observou outros problemas nos seus eletroferogramas? Envie seus comentários.